Para os moradores da Rua Dunga de Arruda, no Vilas Boas, em Campo Grande, uma árvore no meio da rua se tornou a ponta de um ‘iceberg’ de problemas, após a tão sonhada chegada do asfalto. Além da árvore, um trecho da via está sem iluminação e problemas com caminhões que bloqueiam garagens são frequentes.
Todo o problema causado pela planta começou em meados de junho deste ano, quando a rua recebeu asfalto. A obra, tão esperada por quem vivia na terra e sofria com a poeira, trouxe alívio, mas ao mesmo tempo preocupação em razão da localização da árvore.
Com cinco anos de bairro, Raquel Oliveira, de 55 anos, é uma das moradoras que esperavam uma mudança positiva com a chegada do asfalto, diferente do que aconteceu. “Pensávamos que quando o asfalto chegasse eles iam tirar essa árvore, porque ela ficou bem no meio da rua e atrapalha o trânsito”, disse ela.
A situação preocupa ainda mais à noite, porque não há sinalização indicando a presença da árvore no meio da rua. O temor dos moradores é que acidente aconteça no local.
Para a autônoma Eliane Nantes Rocha, de 53 anos, ter deixado a árvore não faz sentido. “Uma hora alguém vai dar de cara nessa árvore. A prefeitura veio, fez marcações e disse que ela seria transplantada, mas nada acontece. Ela é maravilhosa, faz sombra, mas ficou no lugar errado. Ela sempre esteve aqui, mas com a demarcação do asfalto parece que diminui o espaço”, disse ela.
Estacionamento de caminhões também incomoda
Além da árvore ter ficado no meio da rua e já atrapalhar o fluxo do trânsito, a sinalização da via também revolta os moradores. De um lado da via, onde não existem casas, existe uma placa de proibido estacionar para caminhões, mas do outro lado da quadra – onde há residências – não existe nenhuma proibição.
Com a árvore, fluxo de caminhão intenso e falta de educação por parte de alguns, os problemas no local se tornaram frequentes. “Não passam dois carros ao mesmo tempo, por conta da árvore e dos caminhões estacionados. É proibido estacionar do outro lado da rua, e onde os caminhoneiros estacionam em frente da minha casa. Você não consegue sair e tirar o carro da garagem. Tem que pedir para eles retirarem da garagem”, conta a comerciante Zuleica Ferreira de Morais, de 49 anos, que mora em frente à árvore.
Sinalização não ajuda
Sobre a sinalização da via, ela também não entendeu o motivo de proibir que caminhões estacionem do lado que não existem residências, mas do lado das casas sim. “O proibido estacionar é bastante incoerente, colocaram no lugar errado. Colocaram do lado de lá, que não tem casas, mas do lado das nossas casas não. Aí os caminhões estacionam todos aqui”, disse ela.
Para o morador e coronel do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul), João Alves Calisto, de 62 anos, além da árvore no meio da via, a mobilidade dos moradores também foi afetada por conta dos caminhões.
“Além da árvore, a mobilidade ficou comprometida por conta dos caminhões. Eles não podem parar do outro lado da rua, e estacionam do lado das casas. Quando estão estacionados e tem outro transitando, ninguém consegue passar na rua. Tem que deixar mão única”, disse ele.
Incômodo virou discussão
Para a comerciante Zuleica, os dias de paz acabaram. “Estacionam quase todo dia embaixo da árvore por causa da sombra, mas ficam na frente da minha garagem. Essa semana eu abri o portão pra tirar o carro e tinha um caminhão. Em vez dele sair, ele desceu para me afrontar e me chamar de transtornada e eu comecei a responder de volta”, disse ela.
Infelizmente, a discussão não parou por aí. “Ele estava estacionado na frente da minha e garagem e achou ruim que eu pedi pra ele sair. Falou que era das Moreninhas, meu filho chegou e interveio, porque ele estava me ameaçando. Tivemos que chamar a GCM”, disse ela.
Conforme moradora, o problema seria fácil de resolver. “Tiraram o poste de iluminação que ficava em frente a árvore, fica um breu. Tem que colocar de novo, tirar esse árvore e proibir que os caminhões estacionem desse lada da rua”, concluiu.
Árvore será transplantada
Questionada sobre a árvore, a PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande), através da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), disse que como se trata de uma árvore de grande porte, a transplantação exigirá uma técnica específica para preservar o exemplar.
A Secretaria reitera que está providenciando equipamentos adequados e pessoal especializado para realizar o transplante.
Sobre a sinalização de trânsito, o jornal Midiamax questionou se era possível transformar a via em mão única (por conta do alto fluxo de caminhões e travamentos), se existe a possibilidade de proibir que os caminhões estacionem do lado que tem casas e liberar o outro que não tem, facilitando assim a vida dos moradores. E, por fim, se a fiscalização no local será intensificada.
A prefeitura, por meio da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), informou que irá enviar equipes ao local para verificar a denúncia e tomar as providências cabíveis.
Em relação à iluminação pública que fica na frente da árvore, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que a Divisão de Iluminação Pública vai solicitar à Energisa que reinstale o poste.
Fonte: Midiamax