Aguardada há mais de 30 anos pelos moradores, a obra da unidade de saúde da família do Santa Emília deve ser concluída em 60 dias. Em funcionamento, a unidade deve beneficiar mais de 12 mil pessoas com atendimento de qualidade e contribuir para desafogar outras unidades da região.
Na manhã desta segunda-feira (09), a prefeita Adriane Lopes esteve em visita técnica acompanhando o andamento da obra e reiterou o compromisso em investir na qualidade da assistência prestada para oferecer os serviços necessários à população campo-grandense .
“Nós já estivemos na região ouvindo os moradores e sabemos da necessidade de uma unidade de saúde mais próxima para atendê-los. Ouvimos relatos de pessoas que precisam percorrer longas distâncias sem mesmo ter condições para buscar atendimento. E, em breve, vamos poder oportunizar que elas tenham um melhor acesso e com atendimento de qualidade, esse é o nosso objetivo”, destaca a prefeita.
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Santa Emília, Júlio César Vera Gonçalves, destaca que a entrega da unidade é a realização de um sonho para os moradores da região e esta fase final tem sido acompanhada com muito entusiasmo por todos.
“É uma coisa (entrega da unidade) que nós moradores estamos esperando há mais de três décadas. E isso representa uma conquista muito grande não só para os moradores do Santa Emília, mas também dos demais bairros como o Aquárius I e II, que serão beneficiados. Estamos muito ansiosos pela abertura da nossa unidade”, diz.
Emocionada, a conselheira e agente comunitária de saúde, Esmeralda Martins Monteiro, destaca que a unidade colocará fim a peregrinação dos moradores por atendimento.
“As pessoas precisam se deslocar mais de cinco quilômetros para conseguir atendimento na unidade mais próxima, no bairro Buriti. E isso dificulta muito o acesso de uma pessoas idosa, de uma gestante, por exemplo. Agora, com a unidade aqui em funcionamento, estas pessoas vão conseguir fazer o seu acompanhamento e certamente terão mais qualidade de vida”, enfatiza.
A construção da unidade de saúde do Santa Emília foi iniciada efetivamente em 2015 e paralisada no ano seguinte por entraves burocráticos, com aproximadamente 45% da sua parte física executada. A construção foi retomada no ano passado (2021).
O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, explica que a unidade deve ser composta por três equipes de saúde da família completas, composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, auxiliares, agentes de saúde, administrativos, entre outros profissionais.
A unidade também foi escolhida para integrar o Laboratório de Inovação da Atenção Primária (Inovaps), desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e vai receber as residências multiprofissional e médica em saúde da família.
“Com esta unidade em funcionamento nós vamos conseguir ampliar ainda mais a nossa cobertura da Atenção Primária o que se traduz em uma saúde melhor qualidade para a nossa população”, ressalta o secretário .
Odontologia
O setor de odontologia da unidade já foi feito dentro das adequações preconizadas no manual do Ministério da Saúde:”Guia de Orientações para Atenção Odontológica no Contexto da Covid-19″, que indica barreiras físicas entre as cadeiras, afim de evitar a disseminação de aerossóis pela sala, por isso, as cadeiras foram novamente divididas dentro da sala existente e criadas barreiras físicas – mureta com bancada, pia e divisória de vidro. A medidas, além de proteger a saúde do paciente, resguarda a privacidade dele e da equipe profissional.
Investimentos
Além da construção da UBSF Santa Emília, outras quatro novas unidades devem ser entregues nos próximos anos (até 2024) nos bairros Jardim Presidente, Jardim das Perdizes, Jockey Clube e Jardim Parati.
Nos últimos cinco anos nove unidades de saúde foram retomadas e concluídas nos bairros: Sírio Libanês, Vila Cox, Oliveira, Azaléia, Dom Antônio Barbosa, Zé Pereira, Cristo Redentor e Arnaldo Estevão Figueiredo, além de três Clínicas da Família implementadas nos bairros Nova Lima, Portal Caiobá e Iracy Coelho. Outras 29 unidades foram ampliadas e reformadas.
Um novo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para atendimento de dependentes de álcool e drogas também deverá ser inaugurado até abril. O projeto já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e as adequações do espaço, que vai abrigar a nova unidade, devem ser iniciadas em breve.
Estão previstas ainda a reforma e revitalização de ao menos 20 unidades de saúde, incluindo as seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os quatros Centros Regionais de Saúde (Sesau), além do Centro de Especialidades Médicas (CEM).
Fortalecimento da Atenção Primária
Campo Grande saltou de 33% (27ª capital) para 75% (8ª capital) em Atenção Primária, graças aos investimentos e implementação de ações estratégicas, como as maiores residências médica e multiprofissional de saúde de família do país. Os processos atraíram mais de 800 candidatos de 26 estados.
A Capital passou a contar ainda com o primeiro Programa Municipal de Teleinterconsulta de Mato Grosso do Sul, que já está em funcionamento na unidade de saúde da Moreninha e deve ser ampliado para todas as unidades da Atenção Primária. O objetivo é facilitar o acesso da população a um atendimento especializado e contribuir para desafogar a fila de espera.