A BR-163, uma das principais rodovias de Mato Grosso do Sul, encerrou os primeiros dez meses de 2024 com 709 acidentes e 57 óbitos, números que apontam para um crescimento na média mensal de ocorrências e mortes. São cerca de 71 acidentes e 5,7 mortes por mês, índices que superam os registrados em 2017, quando a rodovia teve 877 acidentes e 62 mortes ao longo de todo o ano.
O trecho da BR-163, privatizado em 2013, deveria ter sido totalmente duplicado até 2024, conforme estipulado no contrato com a concessionária responsável. Entretanto, apenas 155 km dos 845 km previstos foram entregues até agora, enquanto o restante da rodovia continua sem melhorias estruturais significativas.
A paralisação das obras ocorreu em 2017, quando a concessionária solicitou reequilíbrio financeiro do contrato, alegando dificuldades econômicas. Nos anos seguintes, o impasse sobre a concessão gerou atrasos, agravando as condições de segurança da rodovia. Somente em 2023 foi fechado um acordo para a continuidade da gestão, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em novembro de 2024.
O plano de investimentos aprovado prevê a duplicação de mais 170 km, a construção de uma terceira faixa em 190 km e outras intervenções, totalizando R$ 12 bilhões em obras. A expectativa é que essas melhorias contribuam para reduzir a incidência de acidentes e óbitos na BR-163, que há anos figura entre as rodovias mais perigosas do estado.
Enquanto isso, os motoristas seguem enfrentando os riscos diários de uma estrada sem infraestrutura adequada. As estatísticas de 2024 reforçam a necessidade de ações urgentes para que a rodovia deixe de ser conhecida como uma das mais mortais do Brasil.