A um mês das eleições, os oito candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul, juntos, já arrecadaram R$ 20.755.074,86, até ontem, segundo registros publicados no DivulgaCand, ferramenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que armazena e disponibiliza consulta aos eleitores de todas as informações financeiras dos concorrentes ao pleito de 2022.
Quase todo o montante (R$ 20.176.562,86), por enquanto, veio do conhecido Fundão, dinheiro repartido entre as legendas políticas que sai do bolso do contribuinte. Embora quase todos abonados, poucos candidatos colocaram a mão no bolso para bancar suas próprias candidaturas.
Entre os postulantes, o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, candidato ao governo pelo PSD, aparece na primeira posição, com a cifra de R$ 5.825.000,00, sendo R$ 4,62 milhões do Fundo Eleitoral e mais R$ 1,2 milhão do Fundo Partidário (tem a direção estadual do partido como origem). Marquinhos tem apenas alguns poucos doadores pessoas físicas, incluindo ele mesmo, que contribuiu com R$ 10 mil para a sua campanha.
Rose Modesto (União Brasil), que na quarta-feira (31) era a concorrente que mais havia arrecadado recursos para a campanha, agora tem a segunda maior captação, com R$ 5.603.473,94. Todo esse dinheiro tem origem no Fundo Eleitoral. O partido de Rose, diga-se de passagem, é o que detém a maior bolada para investir nestas eleições.
O ex-governador de MS André Puccinelli (MDB) aparece em terceiro na declaração do montante: R$ 5.220.000,00, dinheirama que veio do Fundo Eleitoral. Por enquanto, Puccinelli não declarou recursos recebidos de pessoas físicas.
Já Eduardo Riedel (PSDB) declarou ter juntado até agora R$ 2.160.208,00, dos quais 85,17% são provenientes do Fundão.
Giselle Marques, candidata do PT, arrecadou até agora R$ 1,5 milhão. Todo o montante saiu do envio do Fundão. O PT, depois do União Brasil, é o partido com o maior volume de recursos.
O candidato Renan Contar, o Capitão Contar, concorrente do PRTB, até ontem não havia obtido nada de doações do Fundo Eleitoral. Mas ele declarou ter juntado R$ 233.107,00 até então.
Adonis Marcos (Psol) informou ter R$ 213.285,92, com total líquido de recursos recebidos do Fundo Eleitoral.
Já o candidato do PCO, Magno de Souza, indígena, ainda não apresentou dados da arrecadação à Justiça Eleitoral.
CONTRIBUIÇÃO PRÓPRIA
Entre os oito candidatos ao governo de MS, apenas dois tiraram dinheiro da própria conta para ajudar na campanha. O tucano Eduardo Riedel, o mais rico entre os postulantes, com patrimônio declarado de R$ 20.744.288,42, conforme o DivulgaCand, doou para a própria campanha R$ 150 mil.
O ex-prefeito Marquinhos Trad, dono de um patrimônio avaliado em R$ 2.851.236,09, doou à sua campanha R$ 10 mil, dinheiro que tirou de sua conta por meio do Pix, informou o DivulgaCand.
Capitão Contar, que é deputado estadual e que não captou nada de dinheiro do partido até então, doou R$ 20 mil, quantia igual à doada pela mulher, Iara Diniz.
Do montante de R$ 233 mil destinados à campanha do PRTB, 63% são provenientes da conta do candidato a vice de Contar, Humberto Sávio Abussafi Figueiró, por meio do Pix. O vice, conhecido como Beto, doou R$ 147 mil, segundo o DivulgaCand.
Os demais candidatos, pelo menos por enquanto, nada contribuíram para suas campanhas, conforme dados armazenados no DivulgaCand.
O FUNDÃO
De acordo com o TSE, cada partido político tem direito a uma parcela dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral, conhecido também como Fundão, que é a verba destinada às legendas para as eleições gerais deste ano.
O União Brasil, sigla resultante da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL), deve receber o maior montante – mais de R$ 782 milhões –, dinheiro a ser distribuído entre os candidatos da legenda em todo o País.
Em seguida, surge o PT, com pouco mais de R$ 503 milhões; o MDB, com R$ 363 milhões; o PSD, com R$ 349 milhões; e o PP, com aproximadamente R$ 344 milhões. Juntas, essas cinco legendas respondem por 47,24% dos recursos distribuídos.
LIMITE
Os candidatos a governador de Mato Grosso do Sul têm o limite legal de gastos de R$ 6.226.082,16 para o 1º turno e o teto de R$ 3.113.041,08 para os que forem disputar um eventual 2º turno. Ou seja, se houver segundo turno na disputa pelo governo, o eleito pode ter gastado na campanha até perto de R$ 9,5 milhões.
Além do dinheiro dos partidos, os concorrentes podem arrecadar dinheiro vindo de pessoas físicas e por meio de vaquinhas eletrônicas.
Fonte: Correio do Estado